sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

PRESTANDO CONTAS DO MANDATO



Geraldinho Mesquita (*)

Não poderia concluir meu mandato sem dirigir-me ao povo da minha terra para agradecer e apresentar, sumariamente, uma prestação de contas.
Em 2002, por decisão de boa parte dos acreanos, fui eleito senador. Meu pai, o Professor Geraldo Mesquita, já havia tido essa honra em 1970. Quero, aqui, agradecer por mim e por ele, que faleceu recentemente plenamente apaixonado pelo Acre.
Quero falar um pouco do que foi o meu mandato. Meu espírito independente e meu senso de justiça me levaram a divergir de alguns líderes da Frente Popular do Acre, que levaram essa importante organização política a se afastar dos rumos imaginados no seu nascedouro. Por conta disso, fui alvo de retaliações e de intensa campanha que visou a minha desmoralização pública. Os seus autores não conseguiram o intento, porque não me intimidei e lutei com todas as minhas forças para provar a minha inteireza moral.
No plano federal, apoiei de forma crítica o governo Lula, discordando, apenas, de suas proposições impopulares, a exemplo do pedido de prorrogação da CPMF. Me bati, igualmente, contra os desvios éticos e morais do atual governo, que o marcaram.
Em razão desta minha postura, o governo federal bloqueou sistematicamente a liberação das emendas por mim indicadas ao Orçamento Geral da União, que sempre tiveram o propósito de beneficiar os nossos municípios e o próprio estado como um todo. Para que todos saibam, dos R$47.500.000,00 que me couberam indicar até 2010, apenas R$10.543.549,00 foram liberados, R$12.506.000,00 sequer foram empenhados, R$10.961.000,00 encontram-se inscritos em restos a pagar, com mínima chance de serem liberados e R$13.489.451,00 estão empenhados, aguardando liberação.
Revelo estes fatos para mostrar a postura antidemocrática do atual governo para com parlamentares independentes. No exercício da intolerância e na tentativa de me atingir, o governo não vacilou em prejudicar o nosso estado, tão carente de recursos financeiros.
Do ponto de vista da atuação parlamentar, orgulho-me de ter produzido e distribuído gratuitamente mais de 350 mil livros em todo o Acre, com o propósito de contribuir para que os acreanos tenham, cada vez mais, conhecimento dos fundamentos da política, da nossa história e da rica literatura brasileira.
Fui membro suplente da Mesa Diretora do Senado; atuei nas principais comissões; atualmente sou vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional; sou membro efetivo do Parlamento do MERCOSUL e já presidi a Representação Brasileira naquele organismo regional; integrei importantes missões parlamentares internacionais e sempre pautei a minha atuação na defesa da democracia, na busca da justiça social e no combate aos desvios éticos e morais na vida pública.
Não por coincidência, tenho sido escolhido pelo DIAP, nos últimos anos, como um dos parlamentares mais influentes do Congresso Nacional, indicação que tenho recebido com humildade, mas que traduz reconhecimento à minha atuação. Conforta-me, também, o respeito e a consideração de que tenho sido alvo dentro e fora do senado.
Recolho-me, agora, à vida privada, com o sentimento do dever cumprido, mantendo o compromisso de continuar lutando, como cidadão, pelo aperfeiçoamento da democracia no nosso país, pela diminuição do fosso que separa ricos e pobres e pela felicidade cada vez maior dos acreanos e de todos os brasileiros.
Aproveito a oportunidade para desejar a todas as famílias acreanas um feliz Natal e que o Ano Novo seja bem melhor do que o que se encerra.

Atenciosamente,

*Geraldo Mesquita Junior. É senador acreano.



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