quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Os filósofos do epicurismo

Os epicuristas são os inimigos hereditários dos estóicos.

Não tem fim a polêmica entre as dois campos. Fundador da escola é Epicuro de Samos (314-270). Foi seu mestre o discípulo de Demócrito, Nausífanes. A ascendência atomista foi decisiva para toda a escola, que Epicuro dirigiu no seu Jardim, em Atenas, desde 306.

E foi devido a esses Jardins que os epicuristas receberam a denominação — os do Jardim.

A figura do fundador da escola constitui a alma do todo, mais do que o método ou a dogmática aí em pregados. Epicuro era uma fina, distinta e atraente personalidade. Era louvado pelo seu desinteresse, sua brandura, bondade e profunda concepção da amizade.

Suas máximas valiam tanto como dogmas.

Dos seus escritos, que devem ter orçado pelos 300, só se conservaram fragmentos. — Entre os demais membros da escola merecem menção os seguintes: Metrodoro de Lâmpsaco, talvez coevo, representante de uma doutrina algo rústica do prazer. Da segunda metade do segundo século a. C, Apolodoro, polígrafo, que recebeu o título de tirano do Jardim; Zeno de Sidônia, bem como Fedro, ouvido e estimado por Cícero; Siron, mestre de Virgílio, e Filodemo de Gádara, de cujos escritos partes importantes foram encontradas em Her culano.

— A fonte mais instrutiva para se conhecer o epicurismo é Lucrécio Caro (96-55 a. C).

Seu poema Sobre a Natureza pretende expor fielmente o atomismo de Demócrito, renovado por Epicuro. "Tu, ornamento do povo grego; primeiro a projetares uma radiante luz sobre a profunda escuridão e a mostrares a beleza da vida, a ti sigo-te eu passo a passo, não para rivalizar contigo, mas por querer imitar-te com amor e veneração”.

Por meio de Lucrécio, de novo, a Filosofia grega foi introduzida em Roma; e também o epicurismo foi um pensamento talhado para esse tipo espiritual, que é o homem fino da época de Virgílio, Mecenas, Horacio, Augusto.

Mas não foi só em Roma que Lucrécio introduziu o atomismo, pois também nele se inspirou a Filosofia moderna. E assim se entrelaçam, ainda uma vez, os arcos que prendem a antigüidade aos tempos modernos.